
Do Útero da mãe,
aconchego e segurança.
Sensação de completude, de proteção.
Reminiscências nos invade
daquele lugar seguro.
Cordões cortados,
simbíose partida e na partida
para a vida, choramos
explodindo os pulmões.
Entra a vida e a vida exige agora
que sejamos Um.
No abandono daquele momento,
nos entregamos.
Carentes e faltosos ficamos.
Doce engano da alma pequena
que vem com a marca da divindade.
nada lhe falta, és grandiosa!
Acredita que não é um, é metade.
Sentindo faltosa busca amor em uma outra metade.
Mas viver é uma experiência solitária.
Viver é aprender a amar.
É na vida que o feto vai ao encontro ao
afeto interior.
Ninguém suprirá e ninguém dará,
o amor que somente ele encontrará,
quando se conquistar e se amar.
Como se desvincular dessa sensação de abandono,
dessa sensação que aperta o peito e oprime a alma,
que tem saudades daquele lugar?
Aceitar-se como Um.
Aceitar a solitude.
Aceitar a individuação.
Aceitar que é inteiro e não metade.
Amar-se.
E depois desfrutará e compartilhará o amor conquistado.
E não mais falta sentirá.
Completo estará.
A falta genuína que sentimos é a falta de nós mesmos,
e da separação com nossa Divindade,
do vagar sem conexão
com a alma e com a vida.
Aprender a amar é a chave
para aplacar a falta e a solidão,
que habita em nosso coração.
Rosa Barros