" A boa absorção ou abertura de consciência acontece somente no momento em que não nos prendemos na forma. Aprofundarmos-nos no conteúdo real quer dizer: 'Quem não quebra a noz, só lhe vê a casca'. Mas para quebrar a noz é preciso senso e noção, base e atributos que requerem tempo para se desenvolverem convenientemente" Hammed
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Experienciar
A nossa existência é a infância da Eternidade.
Como crianças existenciais vamos em rumo ao
experienciar.
Experienciar o sentir, o descobrir, o se encantar,o desenvolver,
é se expandir ao infinito de possibilidades.
A principal lição é purificar o coração.
Saber distinguir o real do efêmero, o verdadeiro do falso.
Cercados por uma profusão de cores e formas que nos ofuscam
do que é essencial, descobrir o Transcendental.
A vida é o caminho do experienciar.
Experienciar é a profunda sensação de comunhão com o todo.
É o encantamento! É conexão!
É olhar nos olhos de uma criança e sentí-la,
É olhar nos olhos da pessoa amada e amá-la,
É olhar nos olhos de sua mãe e reverênciá-la,
É ter olhos que sentem, é estar presente.
A vida é o agora, é contato, é o toque, é penetração,
é o encontro, é auto-encontro.
Viver é aceitar os mistérios, o que ainda não compreendemos.
A vida nos convida ao existir.
Existir é a sensação de estar "em casa", onde quer
que estejamos. É a sensação de desfrutar a sua própria presença,
é permanecer em você.
Existir é um convite a conexão com as estrelas, com o sol e a lua,
com mãe Gaia e com o Universo.
Existir é experienciar a vida e o que dela nos for concedido.
Que em plena infância existencial possamos desfrutar da felicidade real!
Experienciemos!!
Rosa Barros
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Crianças interiores
O céu está profundamente azul.
É outono e as árvores estão perdendo suas folhas
na linda floresta onde me encontro.
O sol ainda aquece sutilmente.
É um lugar agradável.
Eu gosto de caminhar por entre as árvores e
procuro um lugar de grama macia onde possa
me sentar perto de uma imensa árvore.
Me aquieto.
Silencio.
Fecho os olhos e escuto minha respiração e as batidas de meu coração.
Respiro profundamente e libero as tensões.
Então, escuto ao longe o som de crianças brincando.
Alegres gargalhadas tomam minha alma,
brincam soltas no ar.
E me convidam a me conectar com as minhas
crianças interiores.
Vou em uma profunda viagem interior.
Me encontro com a menina que vem em minha direção
Ela tem olhos felizes e me transmitem luz
Recebo o seu olhar e agradeço, peço-lhe
que sente ao meu lado esquerdo.
Avisto então o menino, que me traz um sorriso
recebo-o e agradeço.
Peço-lhe que sente ao meu lado direito.
Essas crianças fazem parte de mim
Representam as duas forças construtoras da vida
O masculino e o feminino que quando dançam
juntos produzem beleza e realização
As crianças me trazem a leveza, a espontâneidade,a descontração,a alegria
a criatividade, o encantamento, a curiosidade.
Me solto por entre as gargalhadas e me entrego
as brincadeiras de roda.
Canto, o canto da alegria e do pulsar da vida.
Com o coração leve agora, me deixo contagiar...
O bom humor é verdadeiramente um caminho para a espiritualidade,
que nos torna calorosos e radiantes.
Quanta beleza de realização quando nos encontramos
com nossas crianças.
Pego suas maozinhas e as coloco em meu colo.
Com seus olhares puros e radiantes dessipo
tudo o que me parece velho e gasto dentro de mim.
Meus medos , preocupações, culpas e tristezas.
Deixo que a pureza dos sentimentos habite em mim
e que me traga o entusiasmo de volta,
e o sentido infantil da magia e da confiança na realidade
do mundo circundante.
Abro os olhos e vejo agora a beleza da vida!!
Rosa Barros
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Afetividade
A vida nos convida ao despertar
da afetividade.
Nos dramas e nas alegrias vividas.
Ser sensível é ter um olhar apurado
sob a vida.
É o raciocínio iluminado.
Existem muitas lições ocultas imperceptíveis
aos olhos menos avisados.
OLhar a vida com as lentes do Amor.
Aprender a sentir é labor.
É o degrau para o amor.
"Ser", é externar as suas potencialidades e talentos,
é desenvolver-se.
Ser, é o amor já desenvolvido em nós.
Ó poder incalculável do afeto!
Amor é o divino estado afetivo de plenitude!
Imparcial, incondicional e crescente.
Este sentimento surge em nós
depois que nos conscientizamos
que somos obras-primas e participantes
na obra Universal.
Existe sempre simpatia à primeira vista
e não Amor.
O amor não é um sentimento ocasional.
O amor precisa ser vivido, desenvolvido
nas atitudes ao londo do tempo.
É crescente quando verdadeiro.
Sentir afinidade é o primeiro passo.
Não confundir com momentos de alegrias fugazes que passam.
O amor cresce sempre sem lacunas,
e no íntimo, é uniforme.
Para amar é necessário tempo e esforço.
Um compartilhar com entendimento, com
vontade de perpetuar a simpatia do
primeiro momento.
Querer que haja progresso e amadurecimento.
Amar exige cuidado e aferição permanente
ao londo do tempo.
Amor é conquista de cada dia,
é aprendizagem intensiva,
e vontade de construir felicidade e paz
onde estivermos e com quem estivermos.
Rosa Barros
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Falta
Do Útero da mãe,
aconchego e segurança.
Sensação de completude, de proteção.
Reminiscências nos invade
daquele lugar seguro.
Cordões cortados,
simbíose partida e na partida
para a vida, choramos
explodindo os pulmões.
Entra a vida e a vida exige agora
que sejamos Um.
No abandono daquele momento,
nos entregamos.
Carentes e faltosos ficamos.
Doce engano da alma pequena
que vem com a marca da divindade.
nada lhe falta, és grandiosa!
Acredita que não é um, é metade.
Sentindo faltosa busca amor em uma outra metade.
Mas viver é uma experiência solitária.
Viver é aprender a amar.
É na vida que o feto vai ao encontro ao
afeto interior.
Ninguém suprirá e ninguém dará,
o amor que somente ele encontrará,
quando se conquistar e se amar.
Como se desvincular dessa sensação de abandono,
dessa sensação que aperta o peito e oprime a alma,
que tem saudades daquele lugar?
Aceitar-se como Um.
Aceitar a solitude.
Aceitar a individuação.
Aceitar que é inteiro e não metade.
Amar-se.
E depois desfrutará e compartilhará o amor conquistado.
E não mais falta sentirá.
Completo estará.
A falta genuína que sentimos é a falta de nós mesmos,
e da separação com nossa Divindade,
do vagar sem conexão
com a alma e com a vida.
Aprender a amar é a chave
para aplacar a falta e a solidão,
que habita em nosso coração.
Rosa Barros
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