terça-feira, 25 de maio de 2010

Amantes



A visão era de uma beleza inenarrável.
Andavam pelas areias quentes...
Suas vestes de cores carmim e branca tinham um brilho intenso,
e mexiam ao sabor dos ventos.
Os cabelos dela exalavam partículas de
uma doce fragrância. Os dele raios de luz.
Embelezavam a dura e árida paisagem.
Suas mãos se tocavam e tocavam as pequenas flores do lugar.
Calmamente passavam por entre as pessoas.
Doces presenças!
E de seus lábios emanavam palavras de amor.
Encantavam a todos!
Seus olhares eram penetrantes e sorridentes.
Sabiam o que diziam pois eram profundamente presentes.
Ela amava e era amada.
Seguia os passos de seu amado.
Se entreolhavam, se encontravam,
sem palavras.
Havia um profundo amor celebrado silenciosamente.
Se conheciam, se sentiam e se tocavam,
com apenas um olhar.
O olhar penetrande só daqueles que sabem amar.
Celebravam a vida, era sentida e compartilhada.
Viviam os momentos que a vida oferecia.
O agora, o ser e o viver!
Saiam pelas ruas, curavam doentes do corpo e da alma.
Se uniam para festejar a comunhão! Ó profunda união!
Suas sábias palavras ecoavam por todos os lugares,
curavam todos os males.
Ele e ela.
Ela e ele.
O encontro do belo, do poético e do profético!
Na ruelas, nos casebres, nas pastagens, nas feiras ou
embaixo de uma oliveira, falavam de amor.
Do amor que tudo pode, que tudo envolve e que tudo ama!
O amor que celebravam à luz das estrelas e dos raios de sol.
O amor dos amantes bem-aventurados!

Rosa Barros