terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Doce menino


Brincava com as ovelhas e sentia enorme carinho por tudo o que existia.

Do seu doce olhar saía encantamento e alegria.

Brilhavam feito a mais bela poesia!

Ninguém entendia como aquele simples menino acalmava a todos feito magia.

Ninguém jamais o vira triste ou infeliz.

Costumava falar palavras simples mas com profunda sabedoria

retirada da natureza que ele contemplava todos os dias.

Ele era tão belo que emocionava a todos.

De seu sorriso largo enfeitado com travessuras típicas de uma criança

alegrava e contagiava qualquer lugar.

Sempre tinha uma palavra de carinho e de suas belas maozinhas saiam

a cura para todas as dores e males.

Olhinhos penetrantes ele tinha e sabia o que se passava em cada coração.

Por isso era pura compaixão!

Costumava ir ao templo com seus pais e com seu jeito meigo infantil

falava aos doutores da lei e sábios religiosos que a verdadeira religião é aquela

que transforma o homem para melhor e que não dessem excessiva importância

as formas e aparências. E logo depois saia e corria sem parar.

Todos se olhavam sem saber o que pensar.

Seu nobre coraçãozinho pulsava alegremente. Era espontâneo, inocente!

Boatos surgiam em todos os lugares. Uns o adoravam e outros o temiam.

Sua mãe lhe acariciava com ternura e seu pai lhe olhava com brandura.

Sempre que seu olhar penetrava o de sua mãe o amor ali permanecia.

De seu pai aprendeu a ser responsável e a dignificar o trabalho. Ele era

artesão. Dava vida e utilidade à madeira talhada à mão.

Aquele menino...

Ele exalava o doce aroma do bom senso e era tão pequeno...

Sereno como a lua.

Entendia a harmônia da vida a cada nascer do dia e a cada cair da noite.

Brincava de voar com os pássaros. Era livre!

Sempre que se banhava no rio, renascia. Renovado, seguia.

Ele sabia. Abastecia sua alma com os frutos da vida.

E para as almas que cruzavam o seu caminho, sacia.

Era Todo-compassivo, a sanidade estabelecia.

Socorria e saia sem nada a temer.

Era puro ânimo, era pura alma.

Quando olhos em conflito cruzavam os seus exergavam horizontes de

coragem e esperança.

Doador. Doava Amor.

Este doce menino nos deixou a mais nobre lição.

Trocar a necessidade de sermos amados para a necessidade de aprender a

amar. E amar sem condições.

Suas pegadas deixaram marcas profundas por onde ele passou e brilham

até hoje.

Menino luz! Lucidez do mundo!

Plantou as sementes do amor em cada coração na esperança que

a Terra se transforme em um lugar de paz e fraternidade.

Feliz Natal a todos!!

Rosa Barros