domingo, 29 de agosto de 2010

Caridade


"Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens, e mesmo a língua dos anjos, se não tivesse caridade não seria senão como um bronze sonante..."
"...A caridade é paciene; é doce e benfazeja; a caridade não é invejosa; não procura seus próprios interesses; não se melindra e não se irrita com nada..."
(Cap.XV,item 6.)

Esta bela passagem de Paulo de Tarso nos convida a refletir sobre a essência da caridade. Reune as qualidades do coração, ou seja, é puro amor.

Costumamos confundir nossa irmã caridade com atitudes somente exteriores sem nenhum envolvimento com o verdadeiro amor.

Ainda somos frágeis e carregamos desajustes psicológicos, é claro que atos exteriores de ajuda social serão sempre bem-vindos. O que está em pauta é o verdaderio sentimento de caridade que é esquecido. Gostamos muitas vezes é de sentir temporariamente esta sensação de bem-estar, de poder íntimo e nem pensamos que muitas vezes somos levados por nossas vaidades pessoais.

Seria interessante pensar nisso. O que realmente me motiva a isso, o que sinto interiormente quando tento "ajudar" alguém?
Fazemos muitas vezes para apaziguar nossas dores morais e sociais. Nossa culpa cristã. Nossas próprias dores íntimas.

O interessante é perceber o que motiva muitas vezes esses atos "caridosos" é a nossa insatisfação profunda conosco e desconsideração. Para nos sentirmos um pouco melhores e valorizados fazemos "caridade". Queremos nos sentir melhores perante os outros, provar que somos bons para o mundo exterior, e logo em seguida queremos reconhecimento pelos nossos feitos.

A nossa caridade é baseada ainda em "dramas" psicológicos.

Caridade é amor.

Somos essência amorosa e fomos criados para amar.

Temos dentro de nós um Amor incomensurável e que ainda desconhecemos.

Estamos nessa jornada dinâmica e crescente de descoberta de nossas essências.

A generosidade transbordante em ação é a Caridade.

Quando olharmos nos olhos um dos outros e lá vislumbrarmos a mesma essência que habita em nossa alma, neste dia, saberemos o que é Caridade.

Amar incondicionalmente tudo e a todos é Caridade.

Mas o que é ser caridoso?

Não é assumir, controlar, decidir pelo bem-estar dos outros, seus problemas, seus destinos.

Cada um deve e pode fazer por si mesmo. Tomar conta de sua própria vida.

Cada um deve se responsabilizar por si. ( Aqui falamos de pessoas saudáveis que podem gerênciar suas próprias vidas)

O estranho hábito de querer reduzir a dificuldade alheia nos compromete com este outro e não o ajuda a crescer e amadurecer.

O amadurecimento só é alcançado através das experiências que são imprenscindíveis cada um passar. É no ato de experienciar a vida que aprendemos, no enfrentamento das situações e na convivênia com todos.

Promover e ensinar é um ato de caridade. Devemos promover o outro, fazê-lo entender que ele precisa aprender a pescar e não só receber o peixe.

Quanto mais se compartilha deste sentimento de amor mais ele cresce e promove a todos.

A plenitude é isso, esse transbordamento partilhado de amor.

Ah caridade!! Quando olharemos para todos com bons olhos, sem exigências, sem cobranças, sem expectativas e com perdão?

O respeito anda junto com o Amor. Sem nos respeitarmos não saberemos respeitar o próximo. E sem esse respeito não seremos caridosos.

Caridade é respeito.

Sejamos caridosos conosco. Tudo começa em nós.

Sejamos a Caridade que desejamos no mundo. Sejamos o Amor que desejamos no mundo.

Rosa Barros

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Liberdade




O que é liberdade?

É o estado d'alma de fluidez, soltura, leveza e alegria.

Conquistada por aqueles que se transformaram interiormente.

A liberdade pertence àquele que se conquistou.

Dependendo do nível em que cada um está neste caminho trasformador,

será desfrutada em maior ou em menor grau.

Indivíduos que alinharam o livre-arbítrio

à reflexão conquistaram a liberdade e a sabedoria.

O estado de liberdade proporciona

flexibilidade no pensar, no sentir e no agir.

Desfaz as crenças, valores velhos e mofados.

Este estado abri-se ao novo, aos rítmos da vida e suas transformações.

Neste estado já não se possui mais grilhões interiores.

É a vivência dos autênticos valores da alma.

Observa a vida com maestria.

Este estado produz uma atmosfera pacífica,

de bom ânimo e de partilha.

Ele traz segurança e quietude.

O equilíbrio está sempre presente.

O caminho do meio é o foco para distinguir o real do ilusório.

Os individuos livres libertam, se expressam e promovem a liberdade.

Este estado é um estado a ser conquistado a cada dia.

Quem é livre conhece o caminho para o Amor.

Só com liberdade interior

saberemos o que é realmente Amar.

Somos livres?

Rosa Barros

domingo, 1 de agosto de 2010