" A boa absorção ou abertura de consciência acontece somente no momento em que não nos prendemos na forma. Aprofundarmos-nos no conteúdo real quer dizer: 'Quem não quebra a noz, só lhe vê a casca'. Mas para quebrar a noz é preciso senso e noção, base e atributos que requerem tempo para se desenvolverem convenientemente" Hammed
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Ilusão
As pessoas geralmente se sentem muito infelizes com a chegada da desilusão.
Eu particularmente acho uma benção, pois saímos de um estado de entorpercimento.
Depois de saírmos deste "estado" voltamos a ver a realidade como ela é.
E como é bom enxergar fatos e pessoas em sua real dimensão.
É bom lidar com pessoas reais e não com com seres que criamos, frutos de
nossa pouca percepção da realidade.
Uma coisa é sentir simpatia, afinidade, outra coisa é fantasiar em cima
disso por causa de nossas carências afetivas, nossas necessidades e desejos.
Cuidar de nosso mundo emocional é essencial para que não
soframos e façamos sofrer.
Aceitar a realidade é estar no estado de humildade tão necessário para o
nascimento do Amor real e não ficcional.
Estados frequentes de desencontro e aflição são subproduto do nosso querer
realizar as nossas irrealidades.
A criação fantasiosa é tão grande que a nossa consciência se recusa a ver
a realidade e se bloqueia.
Mecanismos de defesa de nossa mente entram em ação para evitar
"ver" a realidade que não admitimos.
Viramos então prisioneiros de nossos delírios ilusórios.
A incapacidade de aceitar as pessoas como são é reflexo de nossa própria
incapacidade de não nos aceitar.
Por isso é essencial nos conhecermos para que podemos identificar nossas ilusões
nas relações e não criarmos problemas sem necessidades.
Nos indignamos quando descobrimos que alguém usou de oportunismo conosco
e nos aborrecemos contra ela e não contra a nossa auto-ilusão.
Não sabemos escolher nossas amizades, geralmente não analisamos suas
limitações, suas possibilidades de doação, de afeto e sinceridade.
Depois recebemos a ingratidão ou a traição e culpamo-los.
Na verdade sempre somos nós que nos iludimos com nossas projeções.
Queremos que elas dêem o que não podem e ajam como desejamos e imaginamos.
Sonhos românticos, a nossa maior fábrica de ilusões.
As ilusões servem também muitas vezes como defesas contra nossa realidade,
não tão perfeita, não tão maravilhosa, não tão prazerosa.
O mais importante a ser trabalhado em nós é a auto-percepção para que nos conduzamos
à realidade das situações e das pessoas.
Somos os únicos responsáveis pela dificuldade de entender a realidade
que nos rodeia, como os únicos a estar presente e consciente dela.
Somos responsáveis pela qualidade de vida que experimentamos no momento
presente.
Viver com senso da realidade. Será que vivemos?
Ser espiritualmente maduro é ter esta qualidade: Senso interior.
Para o nosso bem , pelo bem da sanidade em nossas vidas, devemos
discernir o que queremos forçar a ser uma realidade que desejamos
daquilo que é a realidade que vivemos.
Às vezes nos iludimos tanto que negamos fatos preciosos que poderiam nos ajudar
em nosso desenvolvimento pessoal.
Procuremos sentir!
O nosso senso está no sentir.
Uma mente sã é aquela que aceita a realidade.
Reflitamos sobre a alegria e o sofrimento, e que eles não estão nos fatos em si
mas sim na forma como nossa mente os percebe.
A mente deve ser aliada ao sentir profundo, aí escaparemos de valores, crenças
e situações ilusórias.
Nossos sentidos são o caminho seguro para perceber os recados da vida.
Rosa Barros
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