Da mitologia Greco-romana podemos retirar histórias arquetípicas que possuem significação em nossa alma para o caminho do desenvolvimento afetivo.
Da antiga Grécia surgiu o mito das metades eternas: "Em uma diferente civilização os seres possuíam duas cabeças, quatro braços e pernas e dois corpos distintos-masculino e feminino- mas com apenas uma alma.. Vivinham em pleno amor e harmonia, e justamente esse equilibrio provocou a inveja e a ira de alguns deuses do Olimpo. Enfurecidos, enviaram àquela civilização uma tormenta repleta de trovões e relâmpagos, que dividem os corpos, separando a parte feminina da masculina e repartindo a alma ao meio.. " E até hoje esses dois seres se procuram..
Nasceu daí a crença em almas gêmeas e a eterna busca pelo seu par perfeito.
Essa idéia é alicerçada no Amor romântico, onde impera o par romântico. Que gera um certo egotismo do amor. Na realidade estamos criando uma "idealização amorosa" e desta maneira não estamos amando verdadeiramente.
Nos estudos metafísicos não há um par perfeito mas sim um processo crescente de iluminação das almas e com essa iluminação elas tendem a se buscarem em laços reais e eternos.
Amar está longe de querer que alguém satisfaça todos os nossos desejos, sonhos, necessidades, que deverá ser uma conquista nossa.
Na relação afetiva, no par amoroso , para que esse amor cresça faz-se necessário o respeito ao crescimento do outro, ao respeito de seus direitos, suas conquistas e seus valores íntimos.
Não há disputas, imposições. O respeito é o que legitíma o amor.
Compreensão, valorização, colaboração, companherismo e afetuosidade são as chaves para um desenvolvimento amoroso saudável.
Mostrar o nosso mundo ao outro, nossa "visão de mundo" e o dar-lhe o direito de aceitar ou não os nossos pontos de vistas.
Amor pressupõe: Respeito mútuo, evitar atitudes de posse, admissão de erros, abandonar a idéia de que precisamos ser compreendidos sempre, responsabilidades pessoais, respeito a individualidade de cada um e não esquecer-se da própria individualidade, fundamentalmente entender as nossas limitações, desafios e endender as limitações e desafios do outro.
Aprendizes somos ainda da arte de amar. Como dever, teremos que viver a afetividade em nós, nos amando e nos respeitando para que possamos evoluir no amor.
Não há apegos no amor, não há falta, o amor vive no íntimo das criaturas.
Amar é um estado consciencial desperto, conquista da alma em suas peregrinações em todas as eras. Para que esta conquista seja feita é necessário dedicação, trabalho árduo de auto-aprimoramento e autoconquista. É preciso aprender a amar! E principalmente amarmos a nós mesmos.
Nossa missão maior é aprender a amar!!
Rosa Barros